Fonte: Valor Econômico
A BCP, uma das empresas que compõem a operadora de telefonia móvel Claro, reduziu em 60%, para R$ 53,7 milhões, seu prejuízo líquido consolidado em 2005. No ano anterior, a companhia havia contabilizado perda de R$ 136,5 milhões. A melhora do resultado decorreu da queda na conta de depreciações e amortizações e nas despesas financeiras. A receita financeira líquida (receitas menos despesas) foi de R$ 127,1 milhões, comparada a R$ 14,5 milhões em 2004. A BCP obteve receita líquida superior a R$ 1,5 bilhão, número que representa aumento de 32,1% em relação a 2004. No entanto, os custos - especialmente com a venda de aparelhos celulares - aumentaram em velocidade maior, fazendo com que o lucro bruto ficasse praticamente estável em R$ 382,4 milhões. Assim, a margem bruta caiu de 33% para 25% no período. Com atuação na Grande São Paulo, a BCP fechou o ano passado com 3,1 milhões de assinantes, o que representa crescimento de 25,4% na comparação com dezembro de 2004. A base de toda a Claro aumentou 36,6% e somava 18,7 milhões de clientes em dezembro último. A Claro, controlada pela mexicana América Móvil, do empresário Carlos Slim Helú, tem sido a operadora de telefonia celular mais agressiva do país nas ofertas para atrair clientes - o que se reflete no resultado das empresas do grupo. No ano passado, a Claro aumentou em 30,5% seu prejuízo operacional (antes do resultado financeiro), que ficou em R$ 1,7 bilhão. A América Móvil não divulga as demonstrações financeiras completas da operadora brasileira: apresenta apenas os dados operacionais no país e, isoladamente, os balanços das empresas que constituem a Claro. Os dados relativos à BCP, uma sociedade anônima de capital fechado, foram publicados no "Diário Oficial" de São Paulo no último dia 20. O resultado da BCP deverá mudar substancialmente neste ano por conta de um processo de reestruturação societária que está em curso no grupo. Todas as operadora da Claro estão sendo incorporadas pela empresa. As companhias Tess (que atua no litoral e interior de São Paulo), BSE (Nordeste), Stemar (Nordeste e Minas Gerais) e ATL (Rio e Espírito Santo) foram incorporadas pela BCP em 31 de dezembro de 2005. Neste ano, está em curso a absorção das outras duas subsidiárias do grupo: Americel (Centro-Oeste) e Telet (Rio Grande do Sul). Com as mudanças, a BCP poderá obter economias fiscais, utilizando para isso seus prejuízos acumulados, que eram de R$ 5,1 bilhões no fim do ano passado.