sábado, junho 24, 2006

O celular tocou no meio do jogo do Brasil e era propaganda...

Fonte: Luiz Alberto Marinho - Blue Bus

Ontem, às 17:15, no meio do jogo do Brasil com o Japao, meu celular tocou. Era uma gravaçao da Claro, oferecendo uma promoçao qualquer. Nao deixei a mensagem ir até o fim, é evidente, mas ainda perdi alguns instantes pensando naquele episódio, antes de voltar minha atençao para o novo time do Parreira.Além de um total contra-senso - qual terá sido o retorno daquela açao? - a iniciativa da Claro é um exemplo perfeito do marketing de interrupçao, aquele que atrapalha seu divertimento com o objetivo de tentar vender um produto ou divulgar uma marca. O marketing de interrupçao sobrepoe o logo e o slogan do patrocinador sobre a imagem e a narraçao do jogo na TV, atrasa o início do filme no cinema para exibir comerciais inadequados, entope sua caixa de entrada com spams ridículos e atrapalha a navegaçao na web abrindo pop ups indesejados.Ao impor a visualizaçao da mensagem ao consumidor, o marketing da interrupçao acredita estar cumprindo a tarefa de chamar a atençao para as marcas que o empregam. Mas esquece o principal - as pessoas nao retém o conteúdo, ou pior, guardam apenas a lembrança da chateaçao a que foram submetidas. Em 1999, Seth Godin escreveu aquele que para mim ainda é, até hoje, seu melhor trabalho - o livro 'Marketing de Permissao'. Em resumo, Godin defende a idéia de que as marcas devem integrar-se ao cotidiano dos clientes, patrocinando açoes que os beneficiem e pedindo autorizaçao antes de enviar suas mensagens. Acho que tem muita gente precisando reler.