Fonte: Jornal Valor Econômico
A indústria de móveis do Rio Grande do Sul, tida como um dos fatores que contribuiu para a derrocada do setor moveleiro em São Bernardo do Campo, destina 25% a 30% de sua produção para a Grande São Paulo, maior mercado do país. Segundo o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul, Luiz Attílio Troes, o Rio Grande do Sul emprega 41 mil funcionários em 3,6 mil empresas de móveis. Cerca de 40 têm mais de 100 funcionários.
Ao contrário das indústrias de São Bernardo do Campo, que produziam móveis para suas próprias lojas, as fábricas gaúchas se voltaram para vendas no atacado, que envolvem maiores volumes, de acordo com o presidente da Abimóvel, entidade nacional dos fabricantes, Domingos Rigoni. Segundo ele, outra vantagem competitiva do pólo, que tornou-se o maior do país, é a articulação entre os empresários, com ampla presença em feiras internacionais.
Os custos menores com mão-de-obra também foram aliados da indústria do Rio Grande do Sul. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Moveleira de São Bernardo e Diadema, Cladeonor Neves da Silva, diz que a diferença de salário de ajudante entre São Paulo e o Sul supera 70%.