quarta-feira, agosto 02, 2006

Na Bahia, Cargill agora embarca soja em Cotegipe

Fonte: Valor Econômico

A Cargill vai deslocar, a partir desta semana, todo o embarque de soja que faz na Bahia do porto de Ilhéus para o porto Cotegipe, localizado na Baía de Aratu, em Salvador. Também conhecido como C. Port, o terminal privado foi inaugurado no ano passado pela cearense M. Dias Branco e é operado em conjunto com o Grupo TPC, ligado à área de logística.
O primeiro embarque no "novo porto", de aproximadamente 23 mil toneladas de farelo de soja, será realizado na quinta-feira e terá a Europa como destino. No futuro, a mudança promovida pela multinacional americana poderá ser seguida por outras empresas com operações no pólo de grãos do oeste baiano, já que, de acordo com técnicos e autoridades ligadas ao setor, o porto de Ilhéus tem pouca capacidade de expansão. Procuradas pelo Valor, a Cargill e a Codeba, que administra o porto de Ilhéus, preferiram não comentar a mudança.
A alteração da estrutura logística da Cargill na Bahia marcará também a estréia do porto Cotegipe nas exportações agroindustriais. Até agora, o terminal estava dedicado apenas às importações de trigo argentino que abastece o Grande Moinho Aratu. O volume importado é de entre 25 mil e 35 mil toneladas por mês.
O moinho do M. Dias Branco, maior fabricante de farinhas e massas da região Nordeste, está em operação desde 2003 na área ao lado do C. Port. "O embarque será importante para nós e para a Bahia, porque o terminal também vai exportar", diz o diretor comercial da divisão de moinhos do grupo, Luiz Eugenio Pontes.
Os embarques de soja no porto Cotegipe deverão chegar a 600 mil toneladas até o fim do ano, segundo Leonardo Barros, vice-presidente do Grupo TPC. Já estão em andamento negociações para que outras empresas exportem pelo terminal, afirma ele. Para 2007, a expectativa é de embarques de 2 milhões de toneladas de grãos no Porto Cotegipe.
Uma das razões para a mudança da logística da Cargill seria a distância - o deslocamento rodoviário do pólo de grãos do oeste baiano até o porto de Ilhéus é cerca de 200 quilômetros mais longo que o percorrido até o C. Port. O projeto do terminal do M. Dias Branco também prevê a criação de dois berços de atracação, a depender da demanda. O atual tem 293 metros de comprimento, 14 metros de calado e cinco silos de armazenagem com capacidade conjunta para 135 mil toneladas.